segunda-feira, 13 de abril de 2015

BARZILAI


Nos anais de nossa história conta-se que, entre os primeiros brancos que povoaram o Brasil, havia muitos judeus que vieram fugidos da inquisição da igreja romana. Eles trouxeram costumes bíblicos que se apegaram à cultura brasileira, tal como o pedir a bênção dos pais e de pessoas mais velhas. Quem não se lembra da geração passada dizendo, antes de sair, ao chegar a casa ou nos cumprimentos: “a bênção, pai, ou mãe, ou tia, ou padrinho, ou vovô? E eles respondiam: “Deus te abençoe, meu filho”! Esse é um costume bíblico herdado dos judeus, registrado em Nm 6.22-27: “Disse o Senhor a Moisés: Fala a Arão e a seus filhos, dizendo: Assim abençoareis os filhos de Israel e dir-lhes-eis: O Senhor te abençoe e te guarde. Assim, porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei”. Esse costume lindo perdeu sua força após o movimento feminista da década de 60, vindo outra geração cujos filhos começaram a chamar os pais de “você” em vez de “senhor ou senhora”. Perdeu-se o respeito e muita coisa mais.
Há outros indícios da forte presença dos judeus na história do Brasil colonial, Brasil império e Brasil república. Aliás, Brasil antes era escrito com “z”, Brazil, e carrega no seu nome um encargo maravilhoso e uma missão enquanto nação. Esse nome se originou do “pau de ferro”, uma árvore fortíssima e pesadíssima. “Brasil” em hebraico é escrito assim: ליזרב ; e a palavra “ferro” assim: לזרב (barzel). São idênticas, tendo “Brazil” o acréscimo da pequenina letra (iod). Há uma história que traz a importância do nosso nome e nossa missão. No Brasil colônia havia um judeu que comercializava o precioso “pau-de-ferro”, ou “pau barzel”, como se dizia “ferro” em hebraico. Pau barzel tornou-se logo “pau brazil”, de onde veio o nome do nosso país. E se você fala hebraico, ao desembarcar em Israel e lhe perguntarem por sua nacionalidade, você responderá que é “Barzilai” (brasileiro).
Na Bíblia existe um personagem chamado Barzilai, um velho amigo do rei Davi e que o socorreu no deserto quando fugia da conspiração de Absalão (2Sm 17.27-29). O texto diz que Barzilai e outros amigos de Davi “tomaram camas, bacias e vasilhas de barro, trigo, cevada, farinha, grãos torrados, favas e lentilhas; também mel, coalhada, ovelhas e queijos de gado e os trouxeram a Davi e ao povo que com ele estava, para comerem, porque disseram: Este povo no deserto está faminto, cansado e sedento”. Barzilai socorreu Davi com seus bens num momento de grande necessidade.
Ser brasileiro é ser “Barzilai”. E esta é precisamente a nossa missão: ajudar Israel, ajudar as nações em seus desertos. E assim tem sido nossa história: Osvaldo Aranha presidiu a sessão da ONU que estabeleceu o nascimento do Estado de Israel. Podemos ver que o povo brasileiro foi formado por pessoas de tantas nações que fugiam das guerras, das perseguições, da morte e, aqui, encontraram ajuda, amizade, esperança. Esta foi e continua sendo a nossa missão: ser “Barzilai”.
Podemos ver uma ligação forte do Brazil com Israel nas letras do nosso nome: Brazil (grafia antiga), que se escreve em hebraico sem as vogais ( ליזרב ), seria: BRZ(I) L. Veja que nessas 4 consoantes temos as iniciais (como num acróstico) dos nomes de Israel (Jacó), e de suas 4 esposas: B (Bila), R (Raquel), Z (Zilpa), I (Israel) e L (Lia). Não é interessante carregarmos o nome de Israel conosco?
Fomos chamados por Deus para ajudar as nações e para servir aos que estão passando dificuldades. E a igreja brasileira tem feito um trabalho missionário importante e maravilhoso pelo mundo afora. O Inimigo sabe disso e quer limitar nossa força, impedir que cumpramos o nosso chamado como brasileiros (como Barzilai).
 Ângela Valadão Cintra
http://www.lagoinha.com/ibl-vida-crista/barzilai/

Salmo 29 - Rendei tributos ao Senhor, ó filhos de gigantes"

Adaptado por William R. Batista
O Povo Judeu, como proclama o Salmo 29, é composto por filhos de gigantes; eles são os filhos dos três patriarcas - Avraham, Itzhak e Yaacov. Tal herança, uma linha espiritual tão nobre, significa ter dentro de si um tremendo potencial; mas, também, uma enorme responsabilidade a cumprir. E, conseqüentemente, significa que D'us espera muitíssimo de cada um de nós.
Ser judeu significa ter obrigações desde o momento em que desperta, pela manhã, até o momento em que se deita, à noite; desde o nascimento - de fato, o mandamento da circuncisão recai sobre um neonato do sexo masculino a partir de seu oitavo dia de vida - até o dia em que se deixa este mundo físico. Não é apenas em Rosh Hashaná, Iom Kipur ou mesmo no Shabat que tem que se lembrar de que é judeu. Não há momento, não há dia qualquer em que pode abstrair da Presença Divina e de Sua Providência. Ser judeu significa nunca perder de vista o fato de que Alguém está sempre nos observando e registrando todos os nossos atos. Muitos de nós talvez não preste muito atenção aos fatos da vida cotidiana; por exemplo, aquilo que comemos ou que dizemos. Talvez comer carne não-casher ou fazer algumas fofocas possa parecer sem importância no contexto macro deste mundo - mas, por alguma razão, todos estes atos pequenos muito contam perante D'us.
Um judeu, especialmente aquele que fala em nome da Torá, não pode fazer o que quiser e pensar que se livrará de seu ato. Conhecer a Glória de D'us e ignorá-Lo, ou rebelar-se contra Ele é um pecado dos mais graves. As conseqüências dos atos de uma pessoa devota são muito maiores do que as de alguém com menos profundidade. Dependendo do nível espiritual da pessoa, seus atos alcançam Alturas impensáveis nos mundos espirituais e se refletem de alguma maneira, em nosso mundo físico. E, portanto, quando uma pessoa devota - ou uma com grande potencial espiritual - peca, o dano pode atingir sérias proporções. A idolatria e o sacrilégio, o assassinato e a imoralidade, a desonestidade e a perversão da justiça podem ter sido a forma de vida da maioria das sociedades da Antigüidade, mas jamais poderiam ser toleradas em um reino e povo constituído 'por filhos de gigantes'. Foi por esta razão que Jerusalém caiu e o Templo Sagrado, foi destruído.

Mas, D'us, que é o Senhor de tudo, sabe exatamente o que fez ao escolher os judeus entre todas as nações. Ele não os escolheu apenas por serem filhos dos três patriarcas. Ele os escolheu porque conhece as fraquezas enquanto povo e sabe que, ironicamente, é a própria fonte de força. Se os judeus foram atraídos para a idolatria, foi porque sua sede de espiritualidade e transcendência é tão grande que chega a ser desorientada. Se os judeus fizerem mal um ao outro, é porque eles são muito mais do que um povo que comunga de uma história e uma religião comuns: eles são uma família intimamente entrelaçada e, como o restante da humanidade, lamentavelmente têm a estranha noção de terem liberdade de agir contra um membro de sua família da forma como não ousariam fazer com um estranho. A história de Caim e Abel, que não apenas pertence ao povo judeu, mas a toda a humanidade, comprova que crimes são, com freqüência, cometidos contra nossos próprios irmãos.
Na Torá, D'us se queixa, várias vezes, de que os judeus são um povo teimoso e obstinado - uma nação que não vacila, facilmente. Mas, por estranho que seja, logo após o episódio do bezerro de ouro, quando Moshé ora a D’us, pedindo-Lhe que perdoe o seu povo, ele diz: “pois é um povo obstinado, e Tu hás de perdoar...”
Sem dúvida, uma estranha linha de argumentação defensiva. Por que razão Moshé rogaria em nome dos judeus apontando a D'us um traço de caráter que, ao que tudo indica, Ele considera deplorável? Segundo Nachmânides, sábio espanhol do século 13, explica: Moshé, com aquelas palavras, dizia a D'us: "Tu conheces Teu povo. São terrivelmente obstinados. Transformá-los, requereria muito tempo e esforço. Deves lembrar-Te de que eles viveram no Egito, sociedade que era o epicentro da idolatria, durante séculos. Tu não podes esperar deles grandes mudanças em tão curto espaço de tempo. Levará muitos anos, ainda, para que possam transformar-se". Assim sendo, Moshé, que sabia exatamente o que fazia, conclui: "Mas quando eles se transformarem, a mesma teimosia estará a Teu lado. Eles jamais hão de Te abandonar".
Foi esta a razão para que D'us escolhesse o Povo Judeu. Pois que nada nem ninguém, nem mesmo um Holocausto conseguiu fazer vacilar. Em dois mil anos, povo judeu foi submetido a sofrimentos sem paralelo na história - a destruição de dois Templos, o exílio aos quatro cantos do mundo, perseguições e expulsões em massa, discriminação e ódio, tudo emanando de povos e pessoas a quem nunca maltrataram. Massacres, uma Inquisição e um Holocausto. E, contudo, esse povo como um todo não deixou de lado sua identidade judaica. Há histórias incontáveis sobre judeus, muitos dos quais não declaradamente religiosos, que se atiraram às fogueiras da Inquisição ou foram assassinados durante o Holocausto por se terem recusado a abandonar sua fé ou a realizar sacrilégios, tais como violar um Sefer Torá ou comer em Iom Kipur.
Mas, se pergunta, terá valido a pena tentar viver como filhos de gigantes, com todas as inevitáveis obrigações e responsabilidades? As respostas a esta e a outras perguntas semelhantes não são fáceis nem simples. Uma destas encontra-se no Talmud, em uma passagem que discute as conseqüências do pecado do bezerro de ouro. A passagem detalha os argumentos utilizados por Moshé para demover D'us de Seu decreto de aniquilação. Seu argumento final foi: "Mestre do Universo, caso Tu venhas a destruir Israel, as nações do mundo dirão: 'Seu poder se enfraqueceu... e Ele já não consegue salvar-nos. Quando se tratava de um único rei, no caso, o Faraó, Ele ainda pôde enfrentar e sair em nossa defesa. No entanto, Ele não tem como enfrentar trinta e um soberanos, isto é, todos aqueles que reinam sobre a Terra de Canaã". O que Moshé disse a D'us naquele malfadado dia, quando o futuro do Povo Judeu pendia por um fio, foi: "Tu escolheste para Ti o Povo Judeu. Tu e Teu Nome ligaste a eles. Se deixarem de existir os judeus, as nações do mundo dirão que o D'us de Israel não teve poder suficiente para preservar seu próprio povo, e deixarão de acreditar que Tu És Único  e o Único Senhor do Universo. A derrota do Povo Judeu é a Tua derrota". E como reage D'us a tal argumentação? D'us “volta atrás em Seu decreto” de aniquilar o Seu povo, dizendo a Seu profeta: "Moshé, com tuas palavras, tu Me mantiveste vivo entre todos os povos".
Há pessoas que podem se perguntar por que teria D'us os escolhido. Mas, para aqueles que crêem na Bíblia, não há dúvidas de que foi ao povo judeu que Ele escolheu. Na Torá, D'us diz a Seu povo "E serás para Mim um reino de sacerdotes e uma Nação Santificada" (Êxodo, 19:5). Judeus é uma nação que leva a mensagem de D'us ao mundo. O Livro de Ezequiel claramente explica que todo o Povo Judeu, um a um, sem faltar ninguém, são representantes e emissários de D'us neste mundo. Pois que os judeus levam em si o Nome de D'us e Seu Nome está intimamente ligado a eles. E, assim sendo, quando um dos judeus vacila espiritualmente - ou seja, se assimila ou demonstra um enfraquecimento em sua fé ou atua de uma maneira desrespeitosa perante o restante da humanidade - está manchando o Nome de D'us e Sua Presença neste mundo. Quando os gigantes do espírito têm um comportamento inadequado, eles são inevitavelmente seguidos pelo restante da humanidade e o resultado é corrupção e decadência. Assim, apesar do ônus inerente, apesar dos inúmeros desafios e tentações e inimigos, temos que continuar “judeus” e tentar desempenhar da melhor forma possível a nobre missão que D'us confiou a cada um de nós.
Bibliografia:
Talmud Bavli - Tratados: Ta'anit, Berachot e Chaguigá
Rabbi Steinsaltz, Adin (Even Israel), artigo "It Takes a Giant", 11 de março de 2003;
www.steinsaltz.org
www.morasha.com.br